Pegando na palavra que melhor retrata a classe governante podíamos
agora estabelecer um paralelismo entre o estado da nação em 1926 e o
actual. E as semelhanças não podiam ser maiores! Basta passar os olhos pelo respectivo jornaleco e concluir que estamos quase lá. É um
semanário republicano, insuspeito portanto, e pelo diagnóstico apresentado compreende-se que a primeira república deveria estar perto do fim. A promiscuidade era total, os monopólios atribuídos por baixo da mesa, tudo com a devida encenação. Os políticos, esses, eram meros actores e mudavam de papel consoante o guião que lhes era distribuído.
O paralelismo infelizmente acaba aqui. Ou talvez não! Na
verdade o regime, apesar do golpe que sofreu a 28 de Maio de 1926 nunca
mudou verdadeiramente. País pequeno, grande no compadrio, a choldra recompôs-se.
Em Abril de 1974 à boleia de mais um golpe militar instalou-se novamente com pompa e
circunstãncia no aparelho de estado! E por lá tem vivido conforme vamos tendo
notícia quer da corrupção quer da banca rota. O costume.
Acontece que sem a herança colonial, que cobardemente delapidámos, mas com o qual sempre vivemos, caímos numa situação de completa
dependência do auxílio externo. A choldra sabe disso e até sabe que nesta
situação o golpe que a vai derrubar há-de também vir do exterior. Por isso não tem
planos para o futuro. Aliás, para a choldra, o futuro não existe. O futuro é
este teatro presente, uma comédia de mau gosto em que só apetece gritar… Aqui d’el
rei!
Saudações monárquicas
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