Nasci monárquico sem saber exactamente porquê. Nem isso era necessário. Tal como também nasci católico. Por um acto de cultura o que é razão mais do que suficiente, ou se quiserem, “por todas as razões e mais uma” na expressão feliz e corrente que quer dizer que essa “mais uma” não é inteiramente da esfera do racional. É a “diferença na alma”.
Mais tarde percebi que era monárquico não apenas por Tradição, mas pela Tradição*. Por causa daquela fonte que jorra no passado, mas que está sempre disponível para dar de beber, a quem tenha sede! E se era por isso que era monárquico – então estava certo, não poderia ter arranjado melhor causa nem motivo.
Foi nestas condições que encontrei o PPM a seguir ao 25 de Abril de 74. Aprendi então, com alguns dos ilustres fundadores, as bases da doutrina monárquica que vinha do Integralismo e a pujança dessa escola de pensamento fez-me ver mais longe e mais claro.
Nunca me filiei, e foi como monárquico, que acompanhei um destacado dirigente do Partido, numa incursão ao Alentejo e Algarve, na tentativa de encontrar candidatos pelo PPM à Assembleia Constituinte de 1975.
Conseguimos em Portalegre, falhámos em Évora e Beja, e por meia hora, atrasámo-nos em Faro. Dessa experiência inesquecível só posso dizer que – semeámos muito mas colhemos pouco...fizemos o possível.
Na campina rasa em que a ditadura tinha transformado o País, falar em monarquia era o mesmo que falar em latim... Nesses tempos o PPM foi a única referência realmente visível da Monarquia e o seu trabalho doutrinário não pode ser esquecido.
Depois veio o Poder com tudo o que lhe está associado. A força inicial e a sua legítima razão de ser – esclarecer os portugueses para a necessidade de mudar de regime – ficou naturalmente enredada nos meandros de um programa de governo, começando então a questionar-se a utilidade de um Partido Monárquico?!
Esta questão, que mereceria uma ampla e aberta discussão entre os monárquicos nunca foi feita, resvalando-se sempre para a política das “capelinhas”, e é pena... Os Republicanos também tiveram que resolver esta questão estratégica e decidiram-se a fazer eleger candidatos ao Parlamento, primeiro como Independentes, mas depois constituídos em Partido, como se sabe. A estratégia para eles resultou.
Claro que isto não tem nada a ver com o que eventualmente se possa estar a passar com o PPM, já que é voz corrente que o recém-eleito Presidente do Partido parece ter “pretensões a pretendente”, questão ridícula, que felizmente não divide nem interessa nada aos Portugueses de hoje. A ser verdade só pode tratar-se de uma manobra de diversão para desviar os monárquicos do seu verdadeiro objectivo – mudar o actual regime que não serve para Portugal.
Enfim e em suma, nunca nos podemos esquecer que aquilo que verdadeiramente e em concreto, distingue um monárquico de um republicano, é que um monárquico abdica, em nome do bem comum, de ser candidato à chefia de Estado.
Se me fiz entender.
Mais tarde percebi que era monárquico não apenas por Tradição, mas pela Tradição*. Por causa daquela fonte que jorra no passado, mas que está sempre disponível para dar de beber, a quem tenha sede! E se era por isso que era monárquico – então estava certo, não poderia ter arranjado melhor causa nem motivo.
Foi nestas condições que encontrei o PPM a seguir ao 25 de Abril de 74. Aprendi então, com alguns dos ilustres fundadores, as bases da doutrina monárquica que vinha do Integralismo e a pujança dessa escola de pensamento fez-me ver mais longe e mais claro.
Nunca me filiei, e foi como monárquico, que acompanhei um destacado dirigente do Partido, numa incursão ao Alentejo e Algarve, na tentativa de encontrar candidatos pelo PPM à Assembleia Constituinte de 1975.
Conseguimos em Portalegre, falhámos em Évora e Beja, e por meia hora, atrasámo-nos em Faro. Dessa experiência inesquecível só posso dizer que – semeámos muito mas colhemos pouco...fizemos o possível.
Na campina rasa em que a ditadura tinha transformado o País, falar em monarquia era o mesmo que falar em latim... Nesses tempos o PPM foi a única referência realmente visível da Monarquia e o seu trabalho doutrinário não pode ser esquecido.
Depois veio o Poder com tudo o que lhe está associado. A força inicial e a sua legítima razão de ser – esclarecer os portugueses para a necessidade de mudar de regime – ficou naturalmente enredada nos meandros de um programa de governo, começando então a questionar-se a utilidade de um Partido Monárquico?!
Esta questão, que mereceria uma ampla e aberta discussão entre os monárquicos nunca foi feita, resvalando-se sempre para a política das “capelinhas”, e é pena... Os Republicanos também tiveram que resolver esta questão estratégica e decidiram-se a fazer eleger candidatos ao Parlamento, primeiro como Independentes, mas depois constituídos em Partido, como se sabe. A estratégia para eles resultou.
Claro que isto não tem nada a ver com o que eventualmente se possa estar a passar com o PPM, já que é voz corrente que o recém-eleito Presidente do Partido parece ter “pretensões a pretendente”, questão ridícula, que felizmente não divide nem interessa nada aos Portugueses de hoje. A ser verdade só pode tratar-se de uma manobra de diversão para desviar os monárquicos do seu verdadeiro objectivo – mudar o actual regime que não serve para Portugal.
Enfim e em suma, nunca nos podemos esquecer que aquilo que verdadeiramente e em concreto, distingue um monárquico de um republicano, é que um monárquico abdica, em nome do bem comum, de ser candidato à chefia de Estado.
Se me fiz entender.
* Fernando Pessoa, que andou pela fonte, percebeu a diferença quando afirmou que “o português à antiga portuguesa” era mais recente que o “português”.
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