Lá como cá cumpre-se a profecia
de Otão de Habsburgo quando este denunciou a fragilidade do poder político republicano
face ao poder económico. Estávamos nos primórdios dos anos sessenta e há um livrinho,
resultado de uma conferência proferida nessa altura na universidade de Cambridge,
que explica tudo. O livrinho tem um título elucidativo – ‘A monarquia na era
atómica’!
A tese era simples e de fácil
verificação: - se não houver um poder que escape à lógica do sufrágio eleitoral,
o estado acabará inevitávelmente nas mãos dos vários grupos de pressão. Chamem-se
eles, lobbies, maçonarias, corporações ou quadrilhas!
Portanto o que se passa hoje nas várias
repúblicas democráticas não tem a ver com a maior ou menor honestidade deste ou
daquele dirigente, tem a ver com o regime, com um sistema que posto em prática,
é demasiado propício aos deslizes da natureza humana.
Esta é uma das razões que levam
os povos mais esclarecidos a preferirem a monarquia à república. Nesses países
existe a convicção de que o rei, que não ganha nada em ser corrompido, será
sempre melhor árbitro do que um presidente da república. É também por isso que
assistimos à emergência do poder judicial. Com efeito, desorientados, os povos
que vivem sob a república, procuram no poder judicial uma imparcialidade que o
mesmo infelizmente não tem. Não tem porque quem nomeia os juizes são os outros
dois poderes. Conclusão: - Montesquieu sem monarquia é uma fraude.
Saudações monárquicas
Nota: 'A Monarquia na Era Atómica' de Otto Von Habsburg - Conferência proferida em Cambridge em 15 de Janeiro de 1959. Tradução de L. Cabral de Moncada.
Nota: 'A Monarquia na Era Atómica' de Otto Von Habsburg - Conferência proferida em Cambridge em 15 de Janeiro de 1959. Tradução de L. Cabral de Moncada.
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