Devemos estar por volta do ano
mil e oitenta e seis, século XI portanto. De leste a oeste os muçulmanos
apertam a cristandade. A oriente os turcos (seljúcidas) ameaçam Bizâncio, e
aqui, depois de uma primeira invasão bem-sucedida (Tarik em 711), a península sofre
agora a arremetida dos almorávidas, homens do deserto recém convertidos à fé
islâmica. São ghiadistas, almorávida quer dizer ‘consagrado a Deus’, e vêm em
auxílio dos reinos taifas, reinos autónomos muçulmanos, que se sentem ameaçados
pela reconquista cristã. Afonso VI, o avô do nosso Afonso Henriques, é quem
lidera a reconquista mas sofre uma pesada derrota nas Sacrálias (entre Badajoz
e Albuquerque) deixando o caminho aberto ao domínio sarraceno. A esperança para
Afonso VI chamou-se então Cid Campeador, seu intrépido aliado, e a certeza de
que a vizinha França, pilar da cristandade, lhe daria o apoio necessário. Não
se enganava até porque subia ao trono pontifício Urbano II que haveria de
centralizar a contra ofensiva cristã que ficou na história com o nome de
cruzadas.
Situada a questão, e tentando
comparar o incomparável, o cenário actual é bem pior. A França além de já não
ser um pilar da cristandade, tornou-se um viveiro de laicistas e um ninho de ‘almorávidas’!
Laicistas, frutos serôdios da revolução francesa, e cujos objectivos passam por
expulsar a Cruz do espaço público. Por seu turno os actuais almorávidas já não
vêm do Sara, nascem em território francês, e não olham a meios para impor o
islamismo na Europa e no mundo.
Vistos assim, os laicistas são os
grandes aliados dos ‘almorávidas’. Mas terão que se converter ao islamismo
porque o Corão despreza os infiéis. Se fosse profeta diria que é o que vai
acontecer.
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