sábado, março 26, 2016

Laicistas e almorávidas

Devemos estar por volta do ano mil e oitenta e seis, século XI portanto. De leste a oeste os muçulmanos apertam a cristandade. A oriente os turcos (seljúcidas) ameaçam Bizâncio, e aqui, depois de uma primeira invasão bem-sucedida (Tarik em 711), a península sofre agora a arremetida dos almorávidas, homens do deserto recém convertidos à fé islâmica. São ghiadistas, almorávida quer dizer ‘consagrado a Deus’, e vêm em auxílio dos reinos taifas, reinos autónomos muçulmanos, que se sentem ameaçados pela reconquista cristã. Afonso VI, o avô do nosso Afonso Henriques, é quem lidera a reconquista mas sofre uma pesada derrota nas Sacrálias (entre Badajoz e Albuquerque) deixando o caminho aberto ao domínio sarraceno. A esperança para Afonso VI chamou-se então Cid Campeador, seu intrépido aliado, e a certeza de que a vizinha França, pilar da cristandade, lhe daria o apoio necessário. Não se enganava até porque subia ao trono pontifício Urbano II que haveria de centralizar a contra ofensiva cristã que ficou na história com o nome de cruzadas.

Situada a questão, e tentando comparar o incomparável, o cenário actual é bem pior. A França além de já não ser um pilar da cristandade, tornou-se um viveiro de laicistas e um ninho de ‘almorávidas’! Laicistas, frutos serôdios da revolução francesa, e cujos objectivos passam por expulsar a Cruz do espaço público. Por seu turno os actuais almorávidas já não vêm do Sara, nascem em território francês, e não olham a meios para impor o islamismo na Europa e no mundo.

Vistos assim, os laicistas são os grandes aliados dos ‘almorávidas’. Mas terão que se converter ao islamismo porque o Corão despreza os infiéis. Se fosse profeta diria que é o que vai acontecer.


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