terça-feira, janeiro 04, 2022

Rio aos papéis!

 

Como dizia uma comentadora pós-debate - 'é tramado debater com Ventura'! Tem razão mas a culpa não é do André Ventura. O problema reside no preconceito, a que nem Rui Rio escapa, de tratar Ventura como se fosse um leproso e leprosos todos os que votam no Chega! Atenção, são portugueses, são cada vez mais, estão descontentes, e não se revêm no actual regime.


Seria portanto inteligente da parte de Rio dizer claramente que não exclui, porque não pode excluir, o 'descontentamento' dos votantes do Chega dos seus planos governativos. Mas não disse e começou a remexer nos papéis onde a ideologia não é o seu forte, nem é o forte do PSD. Perdeu-se e nunca mais se encontrou.


Outro aspecto destes debates rápidos são os longos 'debates' posteriores ao próprio debate! Para o efeito são escolhidos comentadores que não se conformam com a ascensão do Chega e interpretam, sem um mínimo de imparcialidade, aquilo que se passou! Para eles André Ventura perde todos os debates, quando não perde também não ganha, e se o resultado, como o de ontem, for muito desnivelado, a culpa é do árbitro!


Finalmente André Ventura não deve embandeirar em arco e alguma humildade talvez ajude. O endurecimento das penas não resolve só por si os problemas da justiça. A confiança na isenção dos juízes e a justiça em tempo útil são mais dissuasoras que a duplicação das penas.

Quanto aos crimes de natureza sexual eles têm sempre uma componente cultural que deve moderar a intervenção do estado. Substituir o 'macete lento' pelo comprimido higiénico não transforma a essência da punição. Para um crente a justiça absoluta não está ao alcance do homem. Muito menos do estado. Deixemos essa miragem aos laicos, republicanos e socialistas.



Saudações monárquicas

2 comentários:

António Ladrilhador disse...

"Atenção, são portugueses, são cada vez mais, estão descontentes, e não se revêm no actual regime".
Perdoará, mas não me parece que o voto numa extrema - direita ou esquerda - seja, propriamente, a forma mais democrática de protestar, em democracia.
O voto de protesto é outro, está constitucionalmente previsto, e é inequívoco quanto à intenção. Votar em partidos extremistas afronta a própria democracia, e nada de bom poderá trazer à população.
O problema é que poucos disto se consciencializam, por uma questão de educação, matéria-prima da liberdade, como defendo em https://mosaicosemportugues.blogspot.com/2022/01/a-falacia-da-democracia-portuguesa.html.
Bom Ano!

JSM disse...

Não fui eu que qualifiquei o Chega de extrema direita. E se ler o seu programa verá que é um partido da direita conservadora o que choca naturalmente com a constituição que temos. Uma constituição que apesar das inúmeras revisões continua a ser socialista. A melhor prova do que digo reside na alternância no poder de dois partidos da família socialista - PS e PSD. Não me vai dizer que os partidos sociais democratas são da direita. Um bom ano