domingo, dezembro 17, 2006

“A voz do cidadão”

É um programa que pretende assegurar alguma compatibilidade entre aquilo que a televisão pública transmite e a receptividade que obtém junto dos telespectadores. Quem o dirige, Paquete de Oliveira, esforça-se por dar resposta às inúmeras sugestões que lhe vão chegando, mas na verdade, seja pela falta de sentido crítico dos portugueses, seja pela intervenção pouco audaciosa do Provedor, as coisas não têm melhorado. Estou a referir-me não apenas aos conteúdos mas simplesmente a algumas escolhas obviamente erradas e deseducativas.
Centremo-nos numa área de grande audiência como é o futebol, que para além de ser uma actividade já de si problemática, se transformou naquilo que todos sabemos e alguns persistem em não saber: um biombo para a corrupção.
Nestas condições seria natural que a televisão pública, através da sua Direcção de Programas estivesse mais atenta ao fenómeno contribuindo ela própria para a resolução do problema.
Como?
Esbatendo tanto quanto possível o enorme tempo de antena concedido pelos canais privados aos três clubes chamados grandes e pautasse a sua intervenção informativa nesta área, por alguma sobriedade e bom senso. Mas não é nada disso que se passa!
Sem qualquer explicação aparente, a nossa RTP acha necessário e obrigatório preencher todos os telejornais com propaganda daqueles três clubes, existam ou não notícias relevantes sobre eles, numa deriva ‘soviética’ como se estivéssemos perante verdadeiros ‘clubes do Estado’!
Ora bem, numa actividade que tem uma componente desportiva não se percebe qual é a ideia do canal público! Será acentuar ainda mais o fosso entre clubes grandes e pequenos? Ou pretende-se pura e simplesmente extinguir todos os outros, para que fiquem só três?
Tem a palavra o Provedor.
E se o Director de Programas da Televisão não perceber, eu explico melhor.
Saudações belenenses.

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