quinta-feira, dezembro 21, 2006

Azambuja encerra pelo Natal

A fábrica da Opel na Azambuja, que ainda há uns meses foi considerada um modelo dentro do Grupo General Motors, vai a encerrar lançando no desemprego mais de mil e quinhentos trabalhadores. Uma deslocalização, é o termo técnico utilizado, e não vai para longe – Saragoça, aqui ao lado!
Não valem portanto razões de mão-de-obra mais barata, a que normalmente associamos estes movimentos que seguem a lógica do mercado, devem ser outras as razões ponderosas, e poderosas podemos talvez acrescentar.
O Governo lamenta, o ministro diz que fez tudo para evitar o desenlace, mas não há nada a fazer, é o progresso que nos toca, coisas que o comum dos portugueses não percebe, e por isso nunca passarão de portugueses comuns!
Afinal o que se está a tornar comum é esta febre do abre e fecha que percorre o país de lés a lés, numa cadência a que nos vamos habituando, sem querer! Fazemos as contas: são mil e quinhentas pessoas, não sei quantas famílias, um certo alarme ressoa dentro de nós, mas logo sossegamos, pensando, vão para o Fundo de Desemprego concerteza, ‘está-se bem’!
À noite ouviremos a voz suave dos políticos, veremos o rosto da nomenclatura que se diverte, tanta gente que não podemos deslocalizar, infelizmente.

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