“Aproximando-se uma nova consulta popular sobre a liberalização do aborto, importa a este jornal tomar uma posição sobre a matéria. Que só pode ser uma – opor-se a toda a forma de violação do Quinto Mandamento: não matarás.
Mas impõe-se também que como seu Director eu aqui especifique e fundamente a orientação que nesta matéria, imprimo no jornal.
O Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa disse, há dias, que este referendum “não é um problema religioso”.
E não é. Os problemas religiosos dirimem-se entre a consciência do crente e o seu Deus. Não em diplomas legais ou consultas populares.
Assim, a legalização do aborto é um problema de cidadania a resolver num Estado Laico. Mas sendo esse estado laico formado por milhões de cidadãos cristãos, natural é que estes projectem nas suas opções de voto uma idiossincrasia que tem como intocável o valor da vida humana. São opções pessoais que não se podem confundir com intromissões do plano religioso com o plano pessoal.
Filho e produto da chamada cultura ocidental de raiz greco-latina (caldeada, é certo por uma transmissão judaico-cristã), assumo orgulhosamente todas as conquistas da civilização resultante dessa cultura, nomeadamente o direito à vida, a defesa dos mais fracos e dos sem voz e uma concepção de Estado defensor destes valores e seu porta-voz.
Por isso sou contra a morte de seres humanos. Estejam eles onde estiverem: dentro ou fora do ventre materno ou (por maioria de razão) comprovadamente inocentes, como são todos os nascituros. Por razões culturais e não confessionais.
Quero eu dizer com isto e para que tudo fique claro:
Se, por absurdo, a Igreja permitisse o aborto, eu continuaria, em nome da cultura e da civilização ocidental, a considerá-lo um homicídio de inocentes indefesos. E a pugnar para que o Estado de que sou cidadão (e não hóspede) assegure a sua defesa e impeça os atentados. Não é a punição dos culpados que me move. É a defesa dos inocentes e dos indefesos.
Por isso vou abrir as páginas deste jornal às pessoas que – com estas ou outras razões – entendem que o aborto é homicídio. Mas vamos parar de dizer que esta questão é religiosa”.
Com a devida vénia – Jornal “A Ordem” de 19/10/06
M. Moura Pacheco – Director
Mas impõe-se também que como seu Director eu aqui especifique e fundamente a orientação que nesta matéria, imprimo no jornal.
O Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa disse, há dias, que este referendum “não é um problema religioso”.
E não é. Os problemas religiosos dirimem-se entre a consciência do crente e o seu Deus. Não em diplomas legais ou consultas populares.
Assim, a legalização do aborto é um problema de cidadania a resolver num Estado Laico. Mas sendo esse estado laico formado por milhões de cidadãos cristãos, natural é que estes projectem nas suas opções de voto uma idiossincrasia que tem como intocável o valor da vida humana. São opções pessoais que não se podem confundir com intromissões do plano religioso com o plano pessoal.
Filho e produto da chamada cultura ocidental de raiz greco-latina (caldeada, é certo por uma transmissão judaico-cristã), assumo orgulhosamente todas as conquistas da civilização resultante dessa cultura, nomeadamente o direito à vida, a defesa dos mais fracos e dos sem voz e uma concepção de Estado defensor destes valores e seu porta-voz.
Por isso sou contra a morte de seres humanos. Estejam eles onde estiverem: dentro ou fora do ventre materno ou (por maioria de razão) comprovadamente inocentes, como são todos os nascituros. Por razões culturais e não confessionais.
Quero eu dizer com isto e para que tudo fique claro:
Se, por absurdo, a Igreja permitisse o aborto, eu continuaria, em nome da cultura e da civilização ocidental, a considerá-lo um homicídio de inocentes indefesos. E a pugnar para que o Estado de que sou cidadão (e não hóspede) assegure a sua defesa e impeça os atentados. Não é a punição dos culpados que me move. É a defesa dos inocentes e dos indefesos.
Por isso vou abrir as páginas deste jornal às pessoas que – com estas ou outras razões – entendem que o aborto é homicídio. Mas vamos parar de dizer que esta questão é religiosa”.
Com a devida vénia – Jornal “A Ordem” de 19/10/06
M. Moura Pacheco – Director
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