Estava plantado em cima da Rosa-dos-ventos, sem tirar os olhos do monumento, não andava nem para a frente, nem para trás!
- Oh homem entre, insistiu o guia! Lá dentro temos um elevador e um filme para você ver! E especiarias!
Nunca entrei no ‘Padrão dos Descobrimentos’, por isto ou por aquilo, falta de interesse. Estou farto de comemorações, desconfio dos comemorativos, aliás, uma raça de impotentes bem conhecida. Mas a malta já tinha entrado toda, eu entrei também.
Antes, tínhamos dado uma volta ao Padrão, acompanhando o esforço dos navegantes e do cicerone para os identificar. São trinta e duas personagens que, de um lado e doutro, parecem empurrar qualquer coisa para o rio!
O Infante D. Henrique, ‘The Navigator’, bem proeminente, de caravela na mão, não se confunde, é o homenageado. Grão-mestre da Ordem de Cristo. O personagem trinta e três!
O motivo: quinhentos anos passados sobre o seu passamento – (1460-1960).
E a oportunidade para reconstruir em pedra, uma estrutura precária utilizada para o mesmo efeito em 1940 para abrilhantar a “Exposição do Mundo Português”.
Então nesse ano a Europa não andava toda em guerra? E nós fazíamos exposições?!
Duas interrogações disparadas sobre a minha pessoa, e tive que me defender:
Primeiro, é para que vejam que ‘Portugal não é só um país europeu...’! Segundo, é para que vejam como nos transformámos num País de eventos!
Terceiro, talvez para lembrar à Europa e ao Mundo, entretanto em guerra, que afinal existíamos! Para que no fim não se esquecessem de nós...nas partilhas, em lugar de nos partilhar!
E seguimos viagem rumo ao pequeno filme de produção francesa, inspirado em biombos chineses, e que mostra os portugueses de nariz comprido e hábitos estranhos...para os japoneses. Uma autêntica descoberta. Tive que fazer um esforço para assimilar o alcance e manter a auto-estima em alta.
Já entre as especiarias, destaco:
- Os autores da Obra: arquitecto Cottineli Telmo e o escultor Leopoldo de Almeida;
- Os retratos da inauguração, onde se lembram: Américo Tomás, Salazar e o seu Ministro das Obras Públicas, também o Presidente do Brasil, Kubitschek de Oliveira, do que me ficou na retina;
- E umas pequenas tabuletas, penduradas na parede, com o registo da guerra civil permanente que vai consumindo a nossa existência!
Sobre o ano de 1960, diz-se o seguinte: “Ano em que Àlvaro Cunhal e outros presos políticos se evadiram da prisão de Peniche...Ano da inauguração do ”Padrão dos Descobrimentos” para comemorar os quinhentos anos...”!
Foi a vez de subir no elevador, e lá do cimo, de costas para o rio, tentar descobrir o Palácio da Ajuda, a Igreja da Memória, o Estádio do Restelo! E outros monumentos.
Mais em baixo, a Avenida da Índia, mais longe, a infância na Junqueira...
- Oh homem entre, insistiu o guia! Lá dentro temos um elevador e um filme para você ver! E especiarias!
Nunca entrei no ‘Padrão dos Descobrimentos’, por isto ou por aquilo, falta de interesse. Estou farto de comemorações, desconfio dos comemorativos, aliás, uma raça de impotentes bem conhecida. Mas a malta já tinha entrado toda, eu entrei também.
Antes, tínhamos dado uma volta ao Padrão, acompanhando o esforço dos navegantes e do cicerone para os identificar. São trinta e duas personagens que, de um lado e doutro, parecem empurrar qualquer coisa para o rio!
O Infante D. Henrique, ‘The Navigator’, bem proeminente, de caravela na mão, não se confunde, é o homenageado. Grão-mestre da Ordem de Cristo. O personagem trinta e três!
O motivo: quinhentos anos passados sobre o seu passamento – (1460-1960).
E a oportunidade para reconstruir em pedra, uma estrutura precária utilizada para o mesmo efeito em 1940 para abrilhantar a “Exposição do Mundo Português”.
Então nesse ano a Europa não andava toda em guerra? E nós fazíamos exposições?!
Duas interrogações disparadas sobre a minha pessoa, e tive que me defender:
Primeiro, é para que vejam que ‘Portugal não é só um país europeu...’! Segundo, é para que vejam como nos transformámos num País de eventos!
Terceiro, talvez para lembrar à Europa e ao Mundo, entretanto em guerra, que afinal existíamos! Para que no fim não se esquecessem de nós...nas partilhas, em lugar de nos partilhar!
E seguimos viagem rumo ao pequeno filme de produção francesa, inspirado em biombos chineses, e que mostra os portugueses de nariz comprido e hábitos estranhos...para os japoneses. Uma autêntica descoberta. Tive que fazer um esforço para assimilar o alcance e manter a auto-estima em alta.
Já entre as especiarias, destaco:
- Os autores da Obra: arquitecto Cottineli Telmo e o escultor Leopoldo de Almeida;
- Os retratos da inauguração, onde se lembram: Américo Tomás, Salazar e o seu Ministro das Obras Públicas, também o Presidente do Brasil, Kubitschek de Oliveira, do que me ficou na retina;
- E umas pequenas tabuletas, penduradas na parede, com o registo da guerra civil permanente que vai consumindo a nossa existência!
Sobre o ano de 1960, diz-se o seguinte: “Ano em que Àlvaro Cunhal e outros presos políticos se evadiram da prisão de Peniche...Ano da inauguração do ”Padrão dos Descobrimentos” para comemorar os quinhentos anos...”!
Foi a vez de subir no elevador, e lá do cimo, de costas para o rio, tentar descobrir o Palácio da Ajuda, a Igreja da Memória, o Estádio do Restelo! E outros monumentos.
Mais em baixo, a Avenida da Índia, mais longe, a infância na Junqueira...
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