quarta-feira, novembro 22, 2006

O argumento

Quando a coisa aquece, quando o banqueiro do povo, leia-se Garcia Pereira, tenta convencer a Banca a transformar-se na Santa Casa, eis que surge o argumento decisivo:
- Mas de que serve atacarem a banca se somos um dos sectores que mais se modernizou, um dos mais competitivos e aquele que melhores resultados obtém! Que o Governo se preocupe com as actividades que não souberam acompanhar os tempos, com essas entidades deficitárias que por aí pululam!
Se ouvi bem, este argumento de João Salgueiro era para mim, pior, era contra mim. Entidade deficitária me reconheço, os meus pobres euros nunca chegam ao fim do mês! Já envergonhado, ponho os olhos na banca, e pergunto: onde é que eu falhei? Porque me atrasei desta maneira!
Recobro a memória e lembro-me de semelhante discurso pronunciado pelos donos da bola! Valentim Loureiro, também ele pedia justiça para o futebol, essa laboriosa actividade perseguida pelo fisco, a contas com a mesma justiça, e que tão bons resultados tem obtido lá fora, o orgulho de uma nação!
Acordo para a realidade e verifico que a maior parte dos grandes negócios deste mundo assentam em organizações de excelência, difíceis de abater, e também elas com graves problemas com a lei!
Aprendo tardiamente uma lição de vida!

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