Se Salazar ressuscitasse, veria hoje com os seus próprios olhos a república corporativa com que sonhou! E admito que ficaria desiludido com o resultado. Na verdade, aquilo que a segunda república não conseguiu realizar em ditadura, foi obtido em democracia graças a uma lei eleitoral capciosa, sabiamente cozinhada e melhor interpretada pelos seus directos beneficiários – os partidos. A conhecida pescadinha de rabo na boca!
Salazar talvez perguntasse pela receita, e a receita é simples: - basta que os eleitos não sejam responsabilizados individualmente pelo seu desempenho e teremos os partidos transformados naquilo que são: – máquinas inúteis de poder, centros de emprego para filiados, corporações de interesses mais ou menos ocultos. Tudo isto se consegue através das chamadas ‘listas partidárias’, listas de nomes que poucos conhecem, nomes de pessoas que após o acto eleitoral (e de acordo com o método de Hondt) avançam para a assembleia da república (onde a grande maioria permanece anónima) sem que ao fim do mandato sejam questionadas, em concreto, pelos seus actos e omissões. Ao fim e ao cabo não representam nada nem ninguém! Acabam por ser os partidos, entidades abstractas, a assumir as responsabilidades, sendo penalizados (ou premiados) em futuras eleições. Mas também aqui o sistema (capcioso) funciona. Com efeito, tratando-se de um rotativismo bipartidário (inelutável) ao partido deposto basta-lhe ter a paciência necessária e esperar que a crise endémica (permanente) faça o seu trabalho. É então a altura para inscrever nas suas listas eleitorais os (mesmos) nomes de sempre. Os nomes da sua clientela.
São portanto estas fortalezas partidárias o ‘quero, posso e mando’ deste país. São elas o vício do sistema, vício que nunca hão-de alterar por vontade própria. Os seus membros são intocáveis, à prova de pedofilia, de corrupção, de pequenos e grandes delitos, e nunca se sentarão no banco dos réus. Nem para protestarem a sua eventual inocência. Um sistema totalitário no seu melhor!
É evidente que um sistema destes (um regime destes) só funciona enquanto houver dinheiro no orçamento para sustentar todos os vícios e abafar todas as fraudes. E o dinheiro (que nunca foi nosso) acabou. Eu diria, felizmente.
Encurralados, sem escapatória, os partidos estão agora obrigados a aplicar um plano imposto pelos credores, uma situação nova que o regime não estava nem está preparado para enfrentar. E ou me engano muito ou depois das eleições iremos assistir à mais que certa cisão dos partidos do poder, o que talvez acabe por clarificar o leque partidário! Uma coisa é certa, será o fim desta terceira república.
Quanto ao plano da troika, elogiadíssimo por quase todos os quadrantes políticos, (uma triste realidade para um país com oito séculos de história) tem uma falha e uma omissão: -
A falha: – nele não se prevê a própria implosão da união europeia, que pode acontecer, ou a previsível saída do euro de alguns países periféricos;
A omissão: - o plano esconde a via aberta para Madrid, leia-se, união ibérica, sonho republicano de carbonários e maçons. Com efeito a ligação do TGV a Madrid é para continuar e a compra da TAP pela Ibéria é para concretizar. Em ambos os casos, em detrimento dos interesses estratégicos de um Portugal independente e uma traição ao mundo lusófono.
Saudações monárquicas
Salazar talvez perguntasse pela receita, e a receita é simples: - basta que os eleitos não sejam responsabilizados individualmente pelo seu desempenho e teremos os partidos transformados naquilo que são: – máquinas inúteis de poder, centros de emprego para filiados, corporações de interesses mais ou menos ocultos. Tudo isto se consegue através das chamadas ‘listas partidárias’, listas de nomes que poucos conhecem, nomes de pessoas que após o acto eleitoral (e de acordo com o método de Hondt) avançam para a assembleia da república (onde a grande maioria permanece anónima) sem que ao fim do mandato sejam questionadas, em concreto, pelos seus actos e omissões. Ao fim e ao cabo não representam nada nem ninguém! Acabam por ser os partidos, entidades abstractas, a assumir as responsabilidades, sendo penalizados (ou premiados) em futuras eleições. Mas também aqui o sistema (capcioso) funciona. Com efeito, tratando-se de um rotativismo bipartidário (inelutável) ao partido deposto basta-lhe ter a paciência necessária e esperar que a crise endémica (permanente) faça o seu trabalho. É então a altura para inscrever nas suas listas eleitorais os (mesmos) nomes de sempre. Os nomes da sua clientela.
São portanto estas fortalezas partidárias o ‘quero, posso e mando’ deste país. São elas o vício do sistema, vício que nunca hão-de alterar por vontade própria. Os seus membros são intocáveis, à prova de pedofilia, de corrupção, de pequenos e grandes delitos, e nunca se sentarão no banco dos réus. Nem para protestarem a sua eventual inocência. Um sistema totalitário no seu melhor!
É evidente que um sistema destes (um regime destes) só funciona enquanto houver dinheiro no orçamento para sustentar todos os vícios e abafar todas as fraudes. E o dinheiro (que nunca foi nosso) acabou. Eu diria, felizmente.
Encurralados, sem escapatória, os partidos estão agora obrigados a aplicar um plano imposto pelos credores, uma situação nova que o regime não estava nem está preparado para enfrentar. E ou me engano muito ou depois das eleições iremos assistir à mais que certa cisão dos partidos do poder, o que talvez acabe por clarificar o leque partidário! Uma coisa é certa, será o fim desta terceira república.
Quanto ao plano da troika, elogiadíssimo por quase todos os quadrantes políticos, (uma triste realidade para um país com oito séculos de história) tem uma falha e uma omissão: -
A falha: – nele não se prevê a própria implosão da união europeia, que pode acontecer, ou a previsível saída do euro de alguns países periféricos;
A omissão: - o plano esconde a via aberta para Madrid, leia-se, união ibérica, sonho republicano de carbonários e maçons. Com efeito a ligação do TGV a Madrid é para continuar e a compra da TAP pela Ibéria é para concretizar. Em ambos os casos, em detrimento dos interesses estratégicos de um Portugal independente e uma traição ao mundo lusófono.
Saudações monárquicas
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Post-scriptum: - Já depois de aprovar o 'plano da troika' o PS (pela voz do governo) veio dizer que não era preciso mexer na constituição (dos trezentos artigos)! Um disparate e mais um truque de ilusionismo - com efeito só um néscio pode acreditar que a 'constituição' não tem nada a ver com a lamentável situação a que chegámos. Já uma vez expliquei: - é que se não tem nada a ver, só atrapalha; se tem a ver, também atrapalha.
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