'Fazei Senhor que nunca os admirados
Alemães,Galos, Ítalos e Ingleses
Possam dizer que são para mandados
Mais que para mandar os portugueses.
Tomai conselho só de experimentados...'
No final dos Lusíadas, Camões dirige-se ao Rei e exorta-o a zelar pela nação. Nação sempre em risco, ontem e hoje, porque é esse o destino de um país que se fez mais pela vontade que pela geografia. Mas os perigos são muitos, não dormem. Aí estão eles à espreita e com uma força inesperada.
O Rei é o defensor da 'rés-pública', da 'coisa pública', é da sua natureza, usa esse título. Por essa razão, desde que foi dela arredado (violentamente, diga-se), a 'coisa pública' tornou-se indefesa. Não tem representação à altura. Ficou à mercê de todos os apetites, de todas as demagogias. Em resultado, foi vendida, repartida, desbaratada, tem o mesmo nome mas deturparam-lhe o conceito. Esta república (infelizmente centenária) é 'coisa de poucos', de seita, de interesses obscuros, que dela se servem. Mas se é de poucos não se espere que a nação, que os portugueses, nela se revejam. Ou que se mobilizem seja para o que for. Ao contrário, é o que vem acontecendo, a maioria desinteressa-se da política, desinteressa-se da 'coisa pública', e pensa apenas no seu interesse imediato, no seu umbigo. Como é exemplo flagrante essa horda de reaccionários que ocupam a televisão, que massacram a opinião pública, arengando direitos e conquistas, conquistadas não se sabe aonde nem a quem! Gritam para não perder privilégios, não se preocupam se esses privilégios são a causa da ruína da 'rés-pública'!
Afirmam-se republicanos, mas são apenas reaccionários.
Caso para gritar 'Aqui d'el Rei'!
Em conclusão: - É impossível não associar a situação em que país se encontra, ao regime que tem e à constituição que o suporta. Seja em termos políticos, com a perda de soberania, seja em termos sociais, pela constituição de um regime de castas, seja em termos económicos, um regime de falência. Em qualquer caso, uma república sem esperança e sem futuro.
Em conclusão: - É impossível não associar a situação em que país se encontra, ao regime que tem e à constituição que o suporta. Seja em termos políticos, com a perda de soberania, seja em termos sociais, pela constituição de um regime de castas, seja em termos económicos, um regime de falência. Em qualquer caso, uma república sem esperança e sem futuro.
1 comentário:
Os problemas das gentes de Portugal são de longas durações. Diga-se que d'El Rei o povo se esqueceu, num lapso inconveniente refletido na perda das Três Ordens Seculares principais as quais governava - Santiago, Cristo e Avis. Ao não ser reino, as terras de além-mar, não viram o Senhor do Império, a não ser uns usurpadores servidos da violência e da propaganda dos Republicanos que fizeram o que nenhum povo conseguira fazer até então - renunciar à Casa Real Portuguesa, usurpar a Aristocracia e saquear o Tesouro Nacional. E o país continua adormecido por mais de 100 anos à espera que d'el Rei se oiça a palavra de ordem "Heia Heia, Por Santiago!". Nunca mais o país recuperou de tal arrombo e as crises económicas surgiram logo com a Grande Guerra e a incapacidade de participar na WWII. Com a política fascista e como esforço das explorações coloniais e ultramarinas, em geral, o país deu o último cartucho. Até ser sacudido por mais saques em 1974/75. Parecem óbvias as datas dos roubos que são as que o Povo mais gosta - 1910, 1928, 1974, 2008. A última foi sem dúvida a do BPP, BPN e toda a crise da Banca Portuguesa. Ainda não se deu uma Revolução Social em Portugal, porque as que existiram foram tão somente "plágios" de ideias estrangeiras, em que mesmo a Revolução de 1974 se baseou. Portugal, na sua idiossincrasia, apenas conseguirá fazer os direitos à felicidade dos seus povos quando estes conseguirem procurar no seu âmago a motivação de serem um país com um objetivo comum, e uma luta comum entre todos. A Luta do Povo contra os líderes nunca será funcional. E a vingança dos seus líderes no Povo é, neste momento, a relação de dono e animal doméstico.
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